Madeireiro assume superintendência do Ibama no Ceará
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O coronel da reserva do Exército e explorador de madeira na Amazônia, Ricardo Célio Chagas Bezerra teve sua nomeação para a superintendência do Ibama publicada na última quarta-feira, 4, no Diário Oficial da União, pelo ministro do meio ambiente, Ricardo Salles. Um dos líderes do Movimento Direita Ceará, que apoiou a campanha de Jair Bolsonaro no Nordeste à presidência da República, Bezerra concorreu a deputado federal pelo PSL nas eleições de 2018, obteve 13 mil votos e ficou como suplente.
Na lista de bens declarados ao Superior Tribunal Eleitoral (TSE), o ex-militar informou que é proprietário de dois terrenos, um avaliado em R$ 3,5 milhões e outro de R$160 mil. A declaração indica que ele é proprietário da fazenda Arapari, localizada na rodovia Transamazônica, quilômetro 27, na altura de Itupiranga, que tem como principal atividade econômica a “extração de madeira em florestas plantadas”. Graduado na Academia Militar das Agulhas Negas, Bezerra é especialista em paraquedismo e guerra na selva e já comandou batalhões no Pará e no Amazonas. No seu perfil em uma rede social, o coronel se apresenta como empresário da área de logística que atua na “atividade agropecuária nos estados do Ceará e Pará”. O CNPJ da fazenda está negativado na Receita Federal por “omissão de documentos”.
O novo superintendente do Ibama ostenta em seus perfís nas redes sociais um histórico de ataques a ONGs, divulgação de fakenews sobre a Amazônia e manifestações de ódio contra os governos que antecederam Bolsonaro. No dia 17 de agosto, em meio à pior crise enfrentada pelo governo devido às queimadas na Amazônia, Bezerra publicou uma foto do ex-deputado Enéas Carneiro, que morreu em 2007, e uma afirmação que deve ter agradado ao chefe: “A Europa não está preocupada com as árvores da Amazônia, eles querem o subsolo. Se fossem as árvores bastaria reflorestar as terras deles”. Seis dias depois, ele postou fotos de Sarney, Collor, FHC, Lula e Dilma, afirmando que os presidentes que antecederam Bolsonaro “lotearam nossa Amazônia com 100.000 Ongs” (…) “Safados, oportunistas, venderam nossas riquezas, nossa soberania. Traidores do povo e da nação”, escreveu.