Bolsonaro e Trump: uma declaração mentirosa por semana
Foto: Isac Nóbrega/Agência Brasil
Que Jair Bolsonaro proclama “I love you” ao pé do ouvido do mandatário dos Estados Unidos, Donald Trump, não é novidade para ninguém. No entanto, as juras de amor também se manifestam na sua gestão diária. Ferramenta criada pela Folha de São Paulo aponta que em menos um ano de governo o presidente brasileiro dá ao menos uma declaração falsa ou inexata por dia, um média muito parecida com o que foi verificada no ano passado pelo Washington Post. Na ocasião, faltando 18 dias para o final do primeiro ano de Trump, o jornal americano apresentou que o mito de Bolsonaro falou 1.950 mentiras, uma média de 5,6 declarações duvidosas por dia.
Batizada de Bolsonômetro, a ferramenta do jornal paulista será atualizada constantemente a partir desta quinta-feira, 7. O jornal ainda colocará a disposição um gráfico com o acumulado diário a dia e mensal das afirmações falsas e imprecisas de Bolsonaro.
Escreve e apaga
Nesta quarta-feira, 6, o presidente Bolsonaro escreveu em seu Twitter que a fábrica de motores americana, MWM, a Honda e a L’Oréal teriam anunciado o fechamento de suas fábricas na Argentina e a imediata instalação no Brasil. Desmentido pelas próprias empresas, Bolsonaro uma hora depois apagou a postagem.
Trump repetitivo
No trabalho realizado pelo projeto Fact Checker do Washington Post, os americanos ficaram sabendo que Donald Trump tem tendências de se repetir frequentemente. Na ocasião, mais de 60 afirmações foram repetidas três ou mais vezes pelo ocupante da Casa Branca.
As mentiras mais repetidas por Trump foram a que país que governa é uma das nações mais tributadas do mundo e que o corte de impostos promovido por ele é o maior na história dos Estados Unidos.
Contradições
O Bolsonômetro apresenta afirmações de Bolsonaro checadas e contextualizadas pela Folha de São Paulo. Algumas contradições são evidentes, como o recente discurso de Bolsonaro na abertura dos trabalhos da ONU, onde o presidente do Brasil reafirmou o compromisso do país “com os mais altos padrões de direitos humanos, com a defesa da democracia e da liberdade, de expressão, religiosa e de imprensa”, apesar dele mesmo defender a ditadura militar (1964-1985), realizar elogios ao coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, condenado por tortura, e acusar a imprensa de persegui-lo.