Centro-direita vence eleições no Uruguai
Foto: Partido Nacional/ Divulgação
Após a contagem secundária dos votos do segundo turno das eleições presidenciais no Uruguai, realizada no último domingo, a Corte Eleitoral oficializou nesta quinta-feira, 28, a vitória do candidato do Partido Nacional (Blanco), de centro-direita, Luis Lacalle Pou. A posse será em 1º de março de 2020.
A eleição foi confirmada após a recontagem dos votos apontar que a discrepância entre ele e o candidato do Frente Ampla, de esquerda, Daniel Martínez, ex-prefeito de Montevidéu. Lacalle obteve 168.019 votos (50,6%) e Martínez 1.139.353 votos (49,4%). A coalizão que elegeu Lacalle reúne as mais diversas tendências políticas, de centro-esquerda a conservadores, incluindo a extrema-direita do partido Cabildo Abierto.
Foto: Frente Ampla/ Divulgação
Em outubro, Jair Bolsonaro declarou apoio ao candidato de centro-direita. “Esperamos, torcemos que aconteça a eleição de alguém mais ligado ao nosso time, aí teríamos o Uruguai afinado conosco”, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. Lacalle rebateu as declarações do presidente brasileiro: “Acho que não é bom que os políticos, e nesse caso governantes, opinem sobre o que pode acontecer em outro país”, disse ao jornal uruguaio El Observador.
Nas redes sociais, o candidato eleito comemorou o resultado. Filho do ex-presidente Luis Alberto Lacalle, cujos mandatos de 1990 a 1995 foram marcados por denúncias de envolvimento em corrupção, e da ex-senadora Julia Pou, o advogado Lacalle Pou, 46 anos, foi eleito deputado em 2002, aos 26 anos, e já disputou a presidência do Uruguai, em 2014, sendo derrotado por Tabaré Vázquez. O candidato da Frente Ampla, Daniel Martínez, informou que se reunirá com Lacalle nesta sexta-feira. “Seguiremos defendendo a democracia com mais força do que nunca”, acrescentou Martínez. O resultado da eleição presidencial assinala a interrupção de um ciclo de 14 anos da coalizão Frente Ampla, formada pelo ex-presidente José “Pepe” Mujica e pelo atual presidente Tabaré Vázquez no poder. Nesse período, foram realizadas reformas sociais, avanços na proteção das minorias, a liberação do aborto e da maconha.