POLÍTICA

Bolsonaro reduz R$ 2,5 bilhões do Bolsa Família

Proposta orçamentária enviada pelo Governo à Câmara Federal ainda não contempla uma promessa de Bolsonaro em sua campanha eleitoral, o 13º para os beneficiários do programa
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 2 de dezembro de 2019
Bolsonaro reduz recursos para o bolsa família

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Bolsonaro propõe redução dos recursos para o Bolsa Família e a não inclusão do 13º para os beneficiários, ao contrário do que prometeu na campanha eleitoral

Foto: Wilson Dias/Agência Brasil

Documento do governo de Jair Bolsonaro enviado à Câmara não prevê novos beneficiários pelo Bolsa Família em 2020.  Concretamente, a proposta elaborada pela equipe econômica reduziu os valores destinados ao programa para R$ 29,5 bilhões, diante dos R$ 32 bilhões de 2019. A peça orçamentária, organizada pela pasta do ministro Paulo Guedes, ainda não contempla uma promessa de Bolsonaro em sua campanha eleitoral, o 13º para os beneficiários do Bolsa Família. Caso os deputados acatem a proposta encaminhada, a cobertura prevista para 2020 será a menor desde 2010, quando 12,8 milhões de famílias foram beneficiadas em média.

No ofício encaminhado pelo Ministério da Cidadania à Câmara, a estimativa é que a mesma cobertura registrada em novembro deste ano, após enxugamentos do Bolsa Família promovidos por Bolsonaro, seja usada para 2020, 13,2 milhões de famílias. O argumento é que a cobertura do programa tem que ser compatível com o Orçamento. O governo, “ao calcular suas despesas (com o Bolsa Família) para 2020, não incluiu novas famílias beneficiárias em suas projeções”, afirma o documento.

Em média, 220 mil famílias ingressavam no programa até maio passado. Um mês após, em junho, com o aperto do governo, os entrantes caíram para 2.500. Com os patamares sendo mantido baixos, é a primeira vez na história do Bolsa Família que o número de famílias que ingressam ficou tanto tempo abaixo de 10 mil.

A redução drástica ligou o alarme, fazendo com que a Câmara dos Deputados pedisse esclarecimentos ao Ministério da Cidadania. A pasta que é comandada por Osmar Terra, além de não cumprir o prazo de resposta para a Câmara, não esclareceu os questionamentos sobre a fila de espera, que, segundo integrantes do próprio governo de forma não oficial, estimam em 700 mil famílias.

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