POLÍTICA

STF quebra sigilo de 11 parlamentares bolsonaristas

Alvos da busca e apreensão são investigados de participar de um esquema de financiamento de atos contra a democracia e de incitação ao fechamento do STF, do Congresso e apologia a um golpe de estado
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 16 de junho de 2020
PF investiga ligações entre empresários e parlamentares a atos antidemocráticos de extrema direita. Na foto acima Sara Winter (à esquerda) presa na segunda-feira e Carla Zambelli, antes de ser deputada, militando pela filial ucraniana do Femen, grupo radical feminista primeiro com com sede na Ucrania e França. Zambelli teve seu sigilo quebrado.

Foto: Reprodução /Twitter

PF investiga ligações entre empresários e parlamentares a atos antidemocráticos de extrema direita. Na foto acima Sara Winter (à esquerda), extremista de direita presa na segunda-feira e Carla Zambelli, antes de ser deputada, militando pela filial ucraniana do Femen (grupo radical feminista  com com sede na Ucrania e França). Zambelli teve seu sigilo quebrado.

Foto: Reprodução /Twitter

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nessa terça-feira, 16, a quebra do sigilo bancário de 11 parlamentares apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. Moraes atendeu pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) que também demandou a operação de busca e apreensão realizada contra 21 alvos em quatro estados do país no mesmo dia de manhã.

A ação conjunta foi batizada de Operação Lume. O objetivo é apurar se os parlamentares se somaram a empresários, blogueiros e outros ativistas digitais que foram alvos da busca e apreensão participaram de um esquema de financiamento dos atos de apoio ao presidente da República contra a democracia. Eles pediam o fechamento do STF e do Congresso Nacional.

Alexandre de Moraes também ordenou que as redes sociais apresentem relatórios sobre a chamada “monetização” de páginas bolsonaristas que promoveram os atos antidemocráticos. No jargão da internet, monetização é a forma de remunerar sites, blogueiros e youtubers através de publicidade, redirecionamento a outros sites e até a venda de informação de seus públicos.

Alguns dos principais deputados federais da base de apoio do presidente da República foram atingidos pela decisão do ministro Moraes. São eles: Carla Zambelli (PSL-SP), Bia Kicis (PSL-DF), Cabo Junio Amaral (PSL-MG) e Otoni de Paula (PSC-RJ). Na segunda linha, também foram determinadas a quebra dos sigilos dos deputados federais Daniel Silveira (PSL-RJ), General Girão (PSL-RN),  Carolina de Toni (PSL-SC), Guiga Peixoto (PSL-SP), Alê Silva (PSL-MG), e Aline Sleutjes (PSL-PR). O senador da República Arolde de Oliveira (PSD-RJ) também teve a quebra do seu sigilo bancário determinado.

As quebras de sigilo bancário foram determinadas após a PGR constatar indícios de que os parlamentares manifestaram seu apoio aos atos antidemocráticos e a necessidade de aprofundar as investigações em relação a eles.

Prisões de mais três investigados e apreensões

Ainda nesta terça, segundo a colunista Bela Megale de O Globo, a PF prendeu outros três investigados que não foram encontrados na operação de segunda-feira, 15, que deteve a extremista Sara Fernanda Geromini, a Sara Winter.

O inquérito sobre os atos antidemocráticos foi uma solicitação do procurador-geral da República, Augusto Aras, em abril. A PGR objetiva investigar a organização dos movimentos e o possível cometimento de crimes previstos na Lei de Segurança Nacional.

BUSCA E APREENSÃO – O deputado Daniel Silveira foi um dos alvos da operação de busca e apreensão realizada em cinco Estados (São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão e Santa Catarina) e no Distrito Federal pela Polícia Federal, também por ordem de Alexandre de Moraes. Além dele, outros personagens notórios do bolsonarismo foram alvo da operação, casos do blogueiro Allan dos Santos, do empresário e advogado Luís Felipe Belmonte e do publicitário Sérgio Lima.

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