MBL e Vem pra Rua rompem com Bolsonaro
Foto: Reprodução
Liberais e grupos da direita brasileira realizaram no último domingo, 24, carreatas em cinco capitais do país para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Se no início do governo, o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem Pra Rua integravam a base do apoio a Bolsonaro, hoje a posição se inverteu por conta da atuação do mandatário perante a pandemia.
Mesmo mais tímidas do que as carreatas promovidas por organizações de esquerda em todas as capitais no sábado, as atividades de parcela da direita brasileira que foram protagonistas do movimento que culminou com o golpe e o afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT), em 2016, tiveram fortes conotações simbólicas.
Em São Paulo, de acordo com o coordenador nacional do MBL, Renan Santos, foi feito o mesmo trajeto do primeiro ato contra a ex-presidente no dia 1ª de novembro de 2014. “Desta vez, de carro. Pedimos o impeachment na Praça das Bandeiras”, relatou.
Da mesma forma, seguindo o ritual que busca lhe conferir apartidarismo, antes da saída dos automóveis, os participantes cantaram o hino nacional, fizeram um minuto de silêncio pelos mortos da pandemia e usaram muito verde e amarelo.
Segundo Renato Sella, coordenador nacional do Vem pra Rua, a atividade foi organizada para um dia após os movimentos da esquerda nacional para evidenciar o seu apartidarismo. “Respeitamos a esquerda, mas na nossa ação a única bandeira é a do Brasil”, disse.
Nos carros que trafegaram na mobilização de domingo por São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba e Brasília via-se muitos cartazes lembrando o número de mortos pelo coronavírus no país, bandeiras do Brasil, balões verde e amarelo e até mensagens como “Quadrilheiro, corrupto, vagabundo”, “Impeachment” e “Fora Bozo”. As redes sociais dos dois movimentos estão repletas de fotomontagens e mensagens, desta vez, de repúdio a Bolsonaro.