POLÍTICA

CPI da Covid interroga ex-secretário de Saúde do Amazonas

Marcellus Campelo deve prestar esclarecimentos sobre o apagão do oxigênio e desvio de verbas da pandemia no estado. Governador Wilson Lima (PSC) obteve um habeas corpus para não comparecer à CPI
Da Redação / Publicado em 15 de junho de 2021
Marcellus Campelo era o secretário de Saúde durante o colapso no fornecimento de oxigênio aos pacientes de covid-19 no Amazonas

Foto: SES-AM/ Divulgação

Marcellus Campelo era o secretário de Saúde durante o colapso no fornecimento de oxigênio aos pacientes de covid-19 no Amazonas

Foto: SES-AM/ Divulgação

A CPI da Pandemia ouve nesta terça-feira, 15, o depoimento do ex-secretário de Saúde do estado do Amazonas, Marcellus Campelo, que deverá levar novas informações aos senadores sobre apagão do oxigênio em 2020 e a crise na saúde pública que persiste no estado. Os hospitais públicos entraram em colapso no início deste ano, com falta de leitos e de oxigênio medicinal nos centros de referência covid-19. Além disso, a Polícia Federal investiga uma organização criminosa que desviou verbas públicas que deveriam ter sido investidas no combate à pandemia.

Os requerimentos que pediram a convocação de Campelo foram apresentados pelos senadores Marcos Rogério (DEM-RO) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Rogério diz que o ex-secretário terá de “esclarecer os fatos no tocante ao colapso da saúde no estado do Amazonas no começo do ano”, ao enfrentamento da pandemia pelo governo federal e à fiscalização da aplicação de recursos federais por estados e municípios no combate à pandemia.

Para Alessandro Vieira, o depoente terá que esclarecer “todas as circunstâncias relativas ao colapso da saúde na capital amazonense no início do ano, especialmente com relação à falta de oxigênio e à atuação dos gestores públicos para a resolução da crise”.

Hospital de campanha

A Polícia Federal investiga também se o governo do estado do Amazonas favoreceu empresários locais na construção de um hospital de campanha em Manaus. Os agentes fizeram buscas na casa do governador Wilson Lima, na sede do governo, na Secretaria de Saúde e na residência do então secretário Marcellus Campelo, que chegou a ser preso. Em junho do ano passado, o governador amazonense já tinha sido alvo de uma operação por suspeita de fraude na compra de respiradores.

A CPI da Pandemia já aprovou a quebra de sigilos telefônico e telemático do ex-secretário. O governador Wilson Lima (PSC) conseguiu escapar de depor à comissão em virtude de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), da qual a CPI vai recorrer.

Ex-governador do Rio

Na quarta-feira, a CPI ouve o depoimento do ex-governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), que foi alvo de impeachment em setembro do ano passado e está afastado. Ele foi convocado pela CPI para prestar esclarecimentos sobre uma série de denúncias que o apontam como beneficiário de um esquema de corrupção montado no Rio durante a pandemia. O requerimento do senador Rodrigues cita dados do Ministério Público Federal para apontar que Witzel recebia um percentual das propinas que eram pagas dentro da Secretaria de Saúde.

Witzel entrou com um pedido de habeas corpus junto ao STF para ter o direito de decidir sobre seu comparecimento à CPI da Pandemia. A defesa do ex-governador argumenta que ele já é investigado e que a obrigação de ir à CPI seria um desrespeito a seu direito de não incriminação. O STF ainda não decidiu sobre o caso.

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