Oposição articula CPI para investigar contas de Guedes no exterior
Foto: Marcos Corrêa/Presidência da República/Divulgação
Avança na Câmara dos Deputados uma articulação de parlamentares da oposição para que se abra uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar sobre empesas privadas do ministro da Economia, Paulo Guedes, em paraísos fiscais, reveladas no último domingo, 3. Além de Guedes, também figuram entre proprietários de offshore, o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, os proprietários da Prevent Senior, os empresários Luciano Hang e Eike Batista, entre outros.
A divulgação foi feita pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ), a revelação batizada de Pandora Papers feita neste domingo, 3, reacende os questionamentos sobre a legalidade desse tipo de organização empresarial que muitas vezes está ligada a ações nebulosas, ilícitas, como corrupção, evasão fiscal, fraudes e até tráfico de drogas. Trata-se do mesmo consórcio de jornalistas que, em 2016, divulgou um dos maiores vazamentos da história sobre o assunto o escândalo internacional conhecido como Panama Paper.
Nesta terça-feira, 5, bancada do Psol na Câmara ingressou com requerimento, para criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar benefícios indevidos de investimentos pessoais feitos pelo ministro Paulo Guedes. Neste requerimento, os deputados sublinham a necessidade de apurar os ganhos do ministro com, por exemplo, alta na taxa de câmbio desde 2019 – quando assumiu a pasta da Economia. Além disso, está no radar dos parlamentares a tomada de decisões, enquanto agente público, que impactam diretamente os ganhos dele na empresa.
A justificativa é que a alta de 39% da taxa de câmbio desde que Guedes virou ministro, aplicadas aos R$ 9,55 milhões de dólares que o ministro da Economia de Bolsonaro e seus família guardados no paraíso fiscal tiveram uma valorização massiva em reais: um ganho de R$ 14,5 milhões a mais do que valiam antes de ele assumir o cargo.
A denúncia aponta supostos crimes de conflito de interesse, manipulação da economia para benefício próprio, improbidade administrativa e evasão fiscal.
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PANAMA – A oposição menciona o escândalo Panama Papers, em que caso do ex-primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron e seu pai, que eram acionistas de uma offshore no Panamá. Poucos meses depois o primeiro ministro britânico renunciou ao cargo cerca de três meses depois. O requerimento está em fase de recolhimento de assinaturas. São necessárias 171 para que a CPI seja aprovada pela casa.
PGR abre procedimento de apuração sobre o caso
Um dia depois da divulgação da reportagem da ICIJ, o procurador-geral da República, Augusto Aras (PGR), abriu nesta segunda-feira, 4, um procedimento de apuração preliminar sobre a atividade de offshores em nome do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O procedimento aberto pela PGR é uma notícia de fato – que precede a um inquérito –, mas que pode tanto levar à abertura de investigação como ser arquivada.
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