Discriminação de negros e mulheres é natural para novo ministro
Foto: Redes Sociais/Reprodução
O novo ministro de Minas e Energia do governo Bolsonaro, Adolfo Sachsida é considerado um bolsonarista raiz. O escritor Fernando Morais chegou a declarar que em comparação ao ministro “Paulo Guedes é de ultraesquerda”.
Após a nomeação de Sachsida, vídeos produzidos na época que o economista mostrava sua clara simpatia pelo partido Novo, no entanto, mostram que ele tem forte sintonia em algo que o atual presidente trata com muita naturalidade: a discriminação.
Em uma série produzida para seu canal do Youtube, o economista que até o dia de sua posse trabalhava com Guedes, concluiu que “é da natureza humana discriminar”. À audiência ele pergunta: “será que o estado deve intervir nisso?”.
Na série, Aprenda economia com Sachsida, da mesma forma que Bolsonaro, ele buscou tratar didaticamente das questões sobre as cotas sociais que emergiram nas últimas décadas.
Faz um paralelo da economia real com o que chamou na ocasião de “mercado da paquera”. Sachsida filosofou: “eu estou com 43 anos, estou barrigudo, fora de forma. Uma menininha aí de 25 anos tem o direito de dizer: eu não quero sair com o Adolfo, aquele cara é um velho, é barrigudo. Será que ela está me discriminando?”.
Direito de escolha
Em um tom que defende o liberalismo ao extremo, o novo titular das Minas e Energia ainda filosofou: “Será que uma pessoa tem o direito de discriminar outra? Essa pergunta é mais difícil do que parece, porque, no fundo, discriminação quer dizer escolher”.
Segundo o pensamento Sachsida, que tomou conta das redes em tom satírico nesse último dia 12, leis obrigando as empresas a pagar salários iguais para homens e mulheres, para brancos e negros, além das políticas de cotas, são ineficientes.
Obviamente, para Sachsida, o mercado é que deveria resolver isto. Na aula, ele diz que seria preterido ao disputar uma vaga de jogador em um time de basquete com um negro.
Hitler e Pinochet
As semelhanças de Sachsida com Bolsonaro e seus apoiadores não param aí.
No mesmo tom filosófico, ele afirma que o ditador chileno Augusto Pinochet carregava uma ambiguidade. Ao reprimir seu povo, o general seria de esquerda, para o economista, “pois coloca o Estado sob o indivíduo”. Já, do ponto de vista econômico, o homem que foi reconhecido por comandar a ditadura mais brutal da América Latina, seria de direita, um liberal.
Sachsida, em suas “aulas” ainda repetia o mantra de que Adolf Hitler era um socialista, ao se referir que o partitdo nazista tinha como nome Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.