POLÍTICA

CPI do MEC pode ser aberta até o dia 30 no Senado

Assinaram o requerimento de abertura da investigação no MEC parlamentares de 11 partidos, inclusive aliados do governo
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 28 de junho de 2022

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Foto: Pedro França/Agência Senado

Autor do requerimento, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), acompanhado de parlamentares que apoiam a abertura da CPI do MEC, inclusive aliados de Bolsonaro, em entrevista coletiva no Senado

Foto: Pedro França/Agência Senado

Foi protocolado no início da tarde desta terça-feira, 28, o requerimento de criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) no Senado para investigar irregularidades no Ministério da Educação (MEC).

Com quatro assinaturas a mais do que o necessário para a apresentação do pedido, a expectativa é que o presidente da casa, Rodrigo Pacheco (PSD/MG) leia a solicitação no plenário e determine abertura até quinta-feira, 30.

O documento assinado por 31 senadores aponta possível interferência do Planalto na investigação do chamado “gabinete paralelo” da pasta que era comandado pelo pastor presbiteriano Milton Ribeiro (PSL/SP).

A prisão preventiva do ex-ministro e dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura, alvo da Polícia Federal no último dia 22 foi o estopim do processo de abertura da CPI encabeçado pelo líder da oposição no Senado, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

O pastor Gilmar Santos é líder do Ministério Cristo para Todos, ramo da Assembleia de Deus, com sede em Goiânia, e Moura, assessor de Assuntos Políticos da Convenção Nacional de Igrejas e Ministros de Assembleias de Deus no Brasil Cristo para Todos.

Controle da agenda e pressões

Fartas evidencias comprovam que os pastores controlavam a agenda do ministro e até a destinação dos recursos públicos do MEC em reuniões fechadas realizadas em um hotel em Brasília.

Também pesou para o sucesso da iniciativa de Randolfe uma mensagem do delegado da PF Bruno Callandrini a colegas que fizeram parte da operação que culminou com a detenção do ministro.

Um dia após o presidente Jair Bolsonaro (PL) ter dito que a prisão de Ribeiro seria sinal de que ele não intervinha na PF, Callandrini disse que uma “decisão superior” evitou o cumprimento da determinação judicial para a transferência de Ribeiro para Brasília.

Assim, seguiu o delegado, estava comprovado que ele não teria “autonomia investigativa e administrativa para conduzir o Inquérito Policial deste caso com independência e segurança institucional”.

Ribeiro, Santos e Moura, foram soltos no dia 23 por ordem do desembargador Ney Bello, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1).

A mensagem do delegado Callandrini foi classificada pela PF como boato em nota que divulgou a abertura de um procedimento interno de apuração.

Esses são os senadores que assinaram o pedido de criação da CPI do MEC

  1. Randolfe Rodrigues (Rede-AP)
  2. Paulo Paim (PT-RS)
  3. Humberto Costa (PT-PE)
  4. Fabiano Contarato (PT-ES)
  5. Jorge Kajuru (Podemos-GO)
  6. Zenaide Maia (PROS-RN)
  7. Paulo Rocha (PT-PA)
  8. Omar Aziz (PSD-AM)
  9. Rogério Carvalho (PT-SE)
  10. Reguffe (União-DF)
  11. Leila Barros (PDT-DF)
  12. Jean Paul Prates (PT-RN)
  13. Jaques Wagner (PT-BA)
  14. Eliziane Gama (Cidadania-MA)
  15. Mara Gabrilli (PSDB-SP)
  16. Nilda Gondim (MDB-PB)
  17. Veneziano Vital do Rego (MDB-PB)
  18. José Serra (PSDB-SP)
  19. Eduardo Braga (MDB-AM)
  20. Tasso Jereissati (PSDB-CE)
  21. Cid Gomes (PDT-CE)
  22. Alessandro Vieira (PSDB-SE)
  23. Dario Berger (PSB/SC)
  24. Simone Tebet (MDB-MS)
  25. Soraya Thronicke (União-MS)
  26. Rafael Tenório (MDB-AL)
  27. Izalci Lucas (PSDB-DF)
  28. Giordano (MDB-SP)
  29. Marcelo Castro (MDB-PI)
  30. Confúcio Moura (MDB-RO)
  31. Jarbas Vasconcelos (MDB-PE)

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