POLÍTICA

Parlamentares que votaram contra os trabalhadores são candidatos, lembra CUTRS

Parlamentares gaúchos que ajudaram a aprovar as reformas trabalhista e Previdenciária concorrem a vagas na Câmara, Senado e governo do estado
Da Redação / Publicado em 23 de setembro de 2022

Fotos: Câmara dos Deputados e Senado Federal/ Reproduções

Onyx, Heinze, Ana Amélia e Lasier, que votaram a favor das reformas trabalhista e previdenciária, são candidatos pelo RS

Fotos: Câmara dos Deputados e Senado Federal/ Reproduções

Deputados e senadores gaúchos que votaram a favor da reforma trabalhista concorrem a vagas no Congresso e ao governo do estado nas eleições de 2 de outubro. A reforma articulada pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) retirou direitos dos trabalhadores, precarizou o mundo do trabalho com cortes de empregos com carteira assinada e aumentou o número de trabalhadores na informalidade. O lembrete, a nove dias da eleição, é da Central Única dos Trabalhadores (CUT-RS)

Esses parlamentares também ajudaram a aprovar a reforma da Previdência, que transformou em pesadelo o sonho da aposentadoria para milhões de trabalhadores. São esses parlamentares que estão pedindo os votos dos trabalhadores gaúchos para se reeleger, reforça a CUT-RS.

“Um total de 11 dos 16 parlamentares do Rio Grande do Sul, que disputam cargos eletivos em 2 de outubro, foram favoráveis à maior destruição de direitos trabalhistas na história do Brasil, mantida e aprofundada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL)”, aponta a entidade.

Foto: Carolina Lima/CUT-RS

Amarildo, da CUT-RS: “Alertamos os trabalhadores para que escolham candidatos comprometidos com a defesa dos direitos sociais e trabalhistas, evitando a eleição de políticos aliados às elites dominantes”

Foto: Carolina Lima/CUT-RS

Com base em um levantamento de candidaturas junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ao Congresso Nacional, a Central fez um alerta aos trabalhadores: “escolham candidatos comprometidos com a defesa dos direitos sociais e trabalhistas, evitando a eleição de políticos aliados às elites dominantes”.

Dois desses candidatos concorrem para governador, o ex-ministro e deputado Onyx Lorenzoni (PL) e o atual senador Luis Carlos Heinze (PP). Outros oito buscam a eleição para deputado federal, como o atual senador Lasier Martins (Podemos), cujo mandato no Senado termina em dezembro. Ana Amélia (PSD) tenta a reeleição para o Senado.

Amarildo Cenci, presidente da CUT-RS, salienta que muitos candidatos e partidos de direita e de centro-direita prometem na campanha que irão proteger os direitos dos trabalhadores, mas quando eleitos, defendem os projetos dos grandes empresários.

“O que vale não são as promessas, nem as emendas de recursos que os deputados destinaram aos municípios, mas sim como eles votaram em projetos que envolvem direitos da classe trabalhadora, qual é a trajetória do parlamentar e quem eles apoiam”, destaca.

Segundo o dirigente, ao “refrescar a memória sobre os deputados e os senadores que viraram as costas para a classe trabalhadora”, a proposta da entidade é auxiliar cada eleitor e eleitora para fazer a escolha certa de seus representantes para os governos e os parlamentos.

“Temos que separar o joio do trigo. Esse time que votou a favor da reforma trabalhista mostra que não representa os interesses de quem trabalha”, aponta.

Revogaço

Foto: Luiz Macedo/ Agência Câmara

Reforma tranalhista não gerou os 6 milhões de empregos prometidos pelos seus defensores e ainda destruiu o mundo do trabalho

Foto: Luiz Macedo/ Agência Câmara

A reforma Trabalhista aprovada na Câmara dos Deputados em 26 de abril de 2017 e no Senado em 11 de julho de 2017, virou a Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017.

A nova legislação, aprovada logo depois do golpe que derrubou a ex-presidente Dilma Rousseff (PT) em 2016, não cumpriu as promessas de geração de 6 milhões de empregos, piorou as condições de trabalho, rebaixou salários, legalizou “o bico”, criou os contratos de trabalho intermitente, prejudicou a organização dos sindicatos, dificultou o acesso à Justiça do Trabalho e trouxe impactos negativos na economia do país e na Previdência Social, enumera Cenci.

“Todas as mudanças causaram perdas de direitos para a classe trabalhadora. Por isso, a CUT e as centrais sindicais defendem a revogação das reformas trabalhista e da Previdência”, destaca.

Destruição de direitos

A economista, especialista em Previdência e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Denise Gentil, pontua que as reformas trabalhista e da Previdência contribuíram para a queda na renda e pioraram a qualidade de vida dos aposentados.

A reforma trabalhista precarizou a Previdência. Sem renda não há contribuição e sem contribuição não há renda para a aposentadoria”, alerta.

Por isso, a CUT e as centrais sindicais defendem a revogação das reformas trabalhista e da Previdência.

Candidatos que aprovaram as reformas

Ao governo do estado:
Onyx Lorenzoni (PL)
Luís Carlos Heinze (PP)

Ao Senado:
Ana Amélia (PSD)

À Câmara dos Deputados:
Alceu Moreira (MDB)
Mauro Pereira (MDB)
Danrlei (PSD)
Covatti Filho (PP)
Renato Molling (PP)
Lasier Martins (Podemos)
Carlos Gomes (Republicanos)
Ronaldo Nogueira (Republicanos)

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