POLÍTICA

Apoiadores da reforma trabalhista não se elegeram

Dos 11 parlamentares reformistas que foram candidatos, seis foram derrotados, apenas quatro se reelegeram e um vai disputar o segundo turno para governador
Da Redação / Publicado em 6 de outubro de 2022
Apoiadores da reforma trabalhista não se elegeram

Foto: Reprodução / Agências Câmara e Senado

Mauro Pereira (MDB), Ronaldo Nogueira (Republicanos), Renato Molling (PP), Luis Carlos Heinze (PP), Ana Amélia (PSD) e Lasier Martins (Podemos) votaram a favor da reforma trabalhista e não se elegeram

Foto: Reprodução / Agências Câmara e Senado

 

De acordo com levantamento realizado pela CUT/RS junto ao Tribunal Superior Eleitoral e ao Congresso Nacinal a maioria dos deputados e senadores do Rio Grande do Sul, que votaram a favor da reforma trabalhista de Michel Temer (MDB), em 2017, não foi eleita no primeiro turno das eleições de 2022.

Dos 11 parlamentares que foram candidatos, seis foram derrotados, apenas quatro se reelegeram e um vai disputar o segundo turno para governador.

Não foram eleitos os ex-deputados Mauro Pereira (MDB), Renato Molling (PP) e Ronaldo Nogueira (Republicanos).

Os três já haviam sido mandados para casa na eleição de 2018.

Nogueira era ministro do Trabalho de Michel Temer e chegou a se licenciar do cargo para votar a favor da reforma.

Também não foram eleitos o senador Lasier Martins (Podemos), que concorreu a deputado federal, e a ex-senadora Ana Amélia (PSD), que tentou voltar para o Senado. O senador Luis Carlos Heinze (PP) não conseguiu ser eleito governador.

Somente quatro candidatos favoráveis à reforma trabalhista foram reeleitos: Danrlei (PSD), Covatti Filho (PP), Alceu Moreira (MDB) e Carlos Gomes (Republicanos).

Já o deputado Onyx Lorenzoni (PL) vai disputar o segundo turno para governador no próximo dia 30 de outubro contra Eduardo Leite (PSDB).

O presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci, comemora a derrota dos candidatos que votaram a favor da retirada de direitos trabalhistas.

“Valeu a nossa campanha para refrescar a memória dos trabalhadores e das trabalhadoras, lembrando quem votou contra os nossos direitos conquistados”, destacou.

Segundo ele, a reforma promovida por Temer (MDB) e aprofundada pelo governo Bolsonaro (PL) precarizou o mundo do trabalho, não cumpriu a promessa de gerar seis milhões de empregos com carteira assinada, aumentou a informalidade e reduziu a renda dos trabalhadores e das trabalhadoras.

“Além disso, a reforma dificultou a realização do sonho da aposentadoria de milhões de brasileiros e ainda criou barreiras para o acesso gratuito à Justiça do Trabalho”, contextualiza.

Pesquisa da USP comprova a tese

Pesquisadores do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made-USP), em maio deste ano publicaram estudo que concluiu que a Reforma Trabalhista aprovada em 2017 não gerou empregos, conforme prometido.

O resultado da pesquisa derruba por terra a justificativa apresentada à época pelo governo Michel Temer, autor da “reforma”, de que se estimava que a flexibilização dos direitos dos trabalhadores criaria entre 2 e 6 milhões de empregos.

Quem vota na reforma trabalhista, não volta

Apoiadores da reforma trabalhista não se elegeram

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Campanha “Quem vota, não volta”, denunciou parlamentares que votaram contra trabalhadores

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Amarildo observa, no entanto, que “o fato de não reelegê-los não quer dizer que os candidatos identificados com a direita eleitos tenham outra posição e votem diferentemente”.

Ele salienta que “infelizmente foi eleita uma grande bancada de direita que não tem compromisso com a defesa dos direitos dos trabalhadores, o combate à fome, a valorização do serviço público e dos servidores, o fortalecimento da democracia e da soberania nacional”.

“Temos que alertar que tais parlamentares irão apoiar outras reformas trabalhistas, como o fim dos 40% de multa do FGTS na rescisão e a extinção do abono de férias. São propostas em tramitação no Congresso e que poderão ser mais facilmente aprovadas, se for reconduzido o atual presidente, que passou o mandato inteiro atacando os nossos direitos”, enfatiza.

“Agora é importante reafirmar que o nosso trabalho de acompanhamento dos debates e das votações no parlamento vai continuar e vamos seguir pressionando e denunciando quem vota contra a classe trabalhadora”, conclui o presidente da CUT-RS. “Quem vota, não volta!”

Confira a votação dos parlamentares não eleitos

Candidatos a deputado federal

Mauro Pereira (MDB) – 13.004 votos
Renato Molling (PP) – 13.465 votos
Lasier Martins (Podemos) – 26.692 votos
Ronaldo Nogueira (Republicanos) – 37.932 votos

Candidata a senadora

Ana Amélia (PSD) – 966.450 votos (16,44%)

Candidato a governador

Luis Carlos Heinze (PP) – 271.540 (4,28%

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