POLÍTICA

Preconceito contra judeus cresceu 1.200% no Brasil depois de bombardeio

Grupo de trabalho foi criado para realizar mapeamento nas redes sociais e buscar penalização de discursos de ódio contra a comunidade judaica
Por Marcelo Menna Barreto / Publicado em 20 de outubro de 2023
Preconceito com judeus cresceu 1.200% no Brasil depois de bombardeio

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Comunidade judaica faz caminhada em apoio a Israel, pela orla de Copacabana, no Rio de Janeiro. Conforme pesquisa, após ataque a hospital preconceito cresceu

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O volume de manifestações antissemitas contra judeus no país cresceu 1.200% após o bombardeio do hospital Baptista Al-Ahli no último dia 17 em Gaza. É o que diz a Confederação Israelita do Brasil (Conib). A entidade registra já ter acionado delegacias e Ministérios Público (MPs) Estaduais e Federal. “Vamos disparar representações por todo o Brasil”, afirma o primeiro vice-presidente da Conib, o advogado Daniel Bialski.

São considerados semitas povos do grupo étnico e linguístico que compreende os hebreus, os assírios, os aramaicos, os árabes e os fenícios, que se acredita descendentes de Sem, filho do Noé bíblico.

Para dar conta da demanda, a entidade criou um grupo de trabalho que envolve 50 advogados e diversos estagiários de direito para monitorar o avanço do preconceito.

“As pessoas confundem o que são críticas a Israel ou ao sionismo com o antissemitismo, que é ataque ao povo judeu”, afirma Bialski.

Para ele, as pessoas têm que compreender que o antissemitismo é a sinônimo de racismo.

“Eu não vou descansar enquanto não punirmos todas essas pessoas”, diz o advogado que já atuou profissionalmente nas defesas do ex-governador do Rio de janeiro, Sérgio Cabral, do ex-ministro da Educação de Bolsonaro, Milton Ribeiro, da deputada federal Carla Zambelli (PL/SP) e do técnico de futebol Cuca.

Liberdade de expressão, discurso de ódio e preconceito

Bialski enfatiza que a liberdade de expressão existe e que toda crítica pode ser rebatida e até ser alvo de indignação. “Mas ela é diferente de um ataque aos judeus e da apologia ao terrorismo”, completa.

Ele cita como exemplo a posição do Partido dos Trabalhadores (PT) sobre o conflito. “Apesar de as posturas do partido me desagradarem profundamente, pois esquecem de reconhecer o que o Hamas fez e que é um grupo terrorista, em momento algum houve ataque aos judeus”, declara.

A Conib foi fundada em 1948 e congrega 14 federações israelitas no país. A entidade tem como objetivo zelar pelos interesses e bem-estar da comunidade judaica brasileira e legitimar a existência do Estado de Israel.

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