POLÍTICA

Pimenta reage à crítica de Leite: “não é justa nem verdadeira”

Ministro extraordinário da reconstrução contesta manifestações do governador gaúcho, que reclamou mais verbas federais para a recuperação da economia do estado após enchentes
Por Gilson Camargo / Publicado em 17 de julho de 2024
Pimenta reage à crítica de Leite: “não é justa nem verdadeira”

Foto: Diogo Zacarias/ Ministério da Fazenda

Audiência entre Pimenta e Leite em junho, no STF, quando o governo federal anunciou antecipação de R$ 680 milhões ao RS para compensação do ICMS previsto para 2025 e a liberação de R$ 5 bilhões para precatórios

Foto: Diogo Zacarias/ Ministério da Fazenda

Ao anunciar um pacote de ações emergenciais para a recuperação de setores da economia do estado, na segunda-feira, 15, o governador Eduardo Leite (PSDB) afirmou que o governo federal estaria concentrando verbas públicas e que, diante disso, o governo do estado passaria a alavancar financiamentos e investimentos com recursos próprios.

“Grande parte dos recursos públicos está concentrada na União e, infelizmente, Brasília ainda não supriu todas as nossas necessidades para a reconstrução do Rio Grande do Sul. Por isso, estamos fazendo um enorme esforço no governo para direcionar verbas do próprio Tesouro estadual para alavancar financiamentos e investimentos no setor privado”, disse Leite em solenidade no Palácio Piratini, quando anunciou medidas para estimular a recuperação de micro e pequenos negócios impactados pelas enchentes.

As manifestações do governador provocaram a reação do governo federal. O ministro da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do RS, Paulo Pimenta, afirmou em nota divulgada nesta quarta-feira, 17, que já foram transferidos R$ 19 bilhões ao estado no enfrentamento ao desastre climático.

“Fui surpreendido com as críticas do governador Leite em evento público nesta segunda-feira. Sua fala não é nem justa e nem representa a verdade sobre os fatos. O governo federal tem feito um grande esforço para responder às demandas do Rio Grande do Sul. E vamos continuar”, rebateu Pimenta.

Pimenta: “não vou politizar”

Pimenta reage à crítica de Leite: “não é justa nem verdadeira”

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

“Estamos trabalhando para resolver os problemas enfrentados pelos gaúchos. O governador sabe disso e deveria complementar essas políticas, ajudar, e não buscar a politização e o conflito”

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

No comunicado, o ministro elencou os recursos já repassados até agora:

Liberação de R$ 2,25 bilhões, via Pronampe, para 22.942 pequenos empreendimentos; linha emergencial do BNDES que autorizou R$ 2,6 bilhões em crédito para 1.172 clientes; transferência de R$ 225,69 milhões como crédito para agricultores.

“Neste momento, 323 mil famílias gaúchas atingidas já receberam o auxílio de R$ 5.100,00 para iniciar a reconstrução das suas vidas. Isso representa um investimento de R$ 1,4 bilhão por parte do governo federal”, ressalta Pimenta, citando ainda o auxílio de manutenção de emprego beneficiou 76.251 trabalhadores, o que equivale a R$ 113 milhões em pagamentos.

“Já aprovamos, também, 808 Planos de Trabalho de prefeituras para reconstrução de seus municípios, o que equivale a R$ 750,9 milhões em repasses. Ainda em benefício dos municípios, enviamos R$ 313,9 milhões como uma parcela extra do Fundo de Participação para 96 prefeituras em estado de calamidade”, destaca.

De acordo com a Secretaria Extraordinária, o total de transferências que o governo federal fez ao RS, em várias formas, soma R$ 19 bilhões até agora. Os números podem ser acessados no nosso sistema de dados abertos, no portal Brasil Unido pelo RS. De acordo com os dados do Planalto, esse é o montante dos recursos já pagos e/ou concedidos, sendo que o total de recursos destinados (recursos novos, prorrogações e antecipações) atinge 93,7 bilhões.

“Estamos trabalhando diuturnamente para resolver os problemas enfrentados pelos gaúchos. O governador sabe disso e deveria estar agindo para complementar essas políticas e ajudar, não buscando a politização e o conflito entre esferas federativas. Não vou fazer disputa politica com ninguém neste momento que o Rio Grande precisa de união”, devolveu o ministro.

Comentários