POLÍTICA

PF tem 90 dias para concluir inquérito sobre dinheiro na cueca de Airton Souza

Prefeito eleito de Canoas com dinheiro na cueca vai ser investigado pela PF a pedido do Ministério Público; em sua defesa, Airton Souza alega que dinheiro estava na cintura e era de reserva declarada no IR
Por Elstor Hanzen / Publicado em 30 de outubro de 2024
PF tem 90 dias para concluir inquérito sobre dinheiro na cueca de Airton Souza

Foto: Reprodução/Redes Sociais

O político do PL foi filmado dentro do carro tirando um maço de notas de 100 reais da calça e as repassando a uma pessoa. PF investiga o caso

Foto: Reprodução/Redes Sociais

A Polícia Federal (PF) confirmou abertura de inquérito a pedido do Ministério Público (MP/RS) para apurar o pagamento, em dinheiro vivo, feito pelo prefeito bolsonarista eleito na região Metropolitana, Airton Souza.

No dia 29 de outubro, o MP/RS encaminhou ofício à PF “requisitando instauração de inquérito para apurar os fatos”. O prazo para a conclusão é de até 90 dias (prorrogável), mas a estimativa é que seja concluído antes.

O político do PL foi filmado dentro do carro tirando um maço de notas de 100 reais da calça e as repassando a uma pessoa.

Um dia após ser eleito para a maior cidade da região Metropolitana de Porto Alegre, fora a capital, o prefeito bolsonarista de Canoas, Airton Souza, aparece em um vídeo sacando um maço de notas de 100 reais de dentro da calça, repassando o dinheiro para uma pessoa que filma o ato de dentro do carro. A filmagem correu durante o período das eleições, pois é possível ver o adesivo de campanha no peito do candidato.

O vídeo que circula nas redes sociais desde domingo, 27, viralizou, e o futuro gestor do município afirma que o pagamento foi o acerto de compromisso pessoal.

A PF  disse que o caso foi enviado à “Corregedoria que fará os trâmites cabíveis para envio à delegacia responsável por investigar crimes eleitorais”. O delegado-chefe da PF, por meio da assessoria de comunicação, afirmou que vai dar prioridade a nesta investigação. “Casos críticos terão celeridade”.

À imprensa, o prefeito eleito do PL se justificou. “E ali eu estava honrando um compromisso pessoal. Não foi dentro do comitê, foi dentro de um carro. Ah, e por que estava na cintura? Porque botar no bolso chamaria atenção. Então, eu fui de boa-fé, estava honrando um compromisso, e o pessoal querendo fazer sensacionalismo. É muito tranquilo esse tema, não vejo nada de anormal.”

Também explicou o lugar onde guardava os valores. “Não era da cueca (que retirava o dinheiro), era da cintura (…) está na minha declaração de imposto de renda há mais de 10 anos. Eu faço sempre uma reserva econômica do que eu ganhei no ano. Cada ano, eu reservo 10%, 15%, e deixo uma reserva de recursos”.

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