Foto: Igor Sperotto
O processo de transplante requer atenção permanente e coordenação ágil. Em função disso, a Central de Transplantes do Rio Grande do Sul, que integra o Complexo Regulador do Estado, funciona 24 horas por dia, nos sete dias da semana. A médica Rosana Nothen, que coordena a Central, informa que, atualmente, a dinâmica de trabalho está bem organizada e setorizada. Ela está preocupada com a equipe médica, que atualmente está em número reduzido. Há dez vagas, mas hoje são apenas oito que se revezam em plantões de 24 horas por dia, sete dias por semana. “Hoje é difícil fechar uma escala da magnitude que temos”, diz. O restante é considerado suficiente: quatro enfermeiros, um dentista, um psicólogo, dois assistentes sociais, um assessor técnico, 13 estagiários de Medicina (foram abertas vagas em processo seletivo específico), dois auxiliares administrativos e dois auxiliares de regulação.
Os médicos coordenam e assessoram todos os processos e avaliam as condições das instituições e equipes. Eles atuam na orientação, revisão, vistoria e fiscalização. As assistentes sociais são responsáveis pelo controle das listas de espera e relacionamento com profissionais e pacientes. A psicóloga gerencia as revisões das doações efetivadas, com posterior contato com as famílias doadoras para avaliação do processo. Também coordena os estágios oferecidos pela Central para a qualificação de estudantes de Medicina e outros cursos. A assessora administrativa organiza os cursos de formação para profissionais ligados ao transplante no RS e gerencia toda parte administrativa demandada pelo processo doação/transplante.
Rosana informa que, atualmente, os serviços de transplantes estão dentro da lógica de rede, que parte do Sistema Nacional de Transplantes. Porto Alegre e Passo Fundo são referência para fígado e a capital é a única que transplanta coração e pulmão. E rins, além da capital, podem ser transplantados em Pelotas, Santa Maria, Passo Fundo, Caxias do Sul e Lajeado. “Não temos transplante de intestino e nem a intenção de fazer, pelo menos tão cedo. A procura é considerada baixa e São Paulo dá conta da demanda. Talvez seja este um bom exemplo de trabalho em rede”. A médica comemora que, hoje, a lista de espera por córneas está zerada no estado.