SAÚDE

TRF1 libera agrotóxico associado a câncer

Desembargador derruba liminar solicitada pelo MPF que pedia para produtos a base de glifosato serem reavaliados antes de concessão de registro
Da Redação* / Publicado em 3 de setembro de 2018

TRF1 libera agrotóxico associado a câncer

Foto: Embrapa/Abr

Foto: Embrapa/Abr

O desembargador Kássio Nunes Marques, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), derrubou a liminar (decisão provisória) que suspendeu o registro de produtos à base das substâncias glifosato, tiram e abamectina no país. Conhecido comercialmente como roundup, o glifosato é um herbicida usado contra ervas daninhas indesejadas em produções agrícolas.

De acordo com entidades contrárias ao uso do agrotóxico na lavoura, há estudos que levantam suspeitas de que o produto pode ser cancerígeno. Entre as pessoas favoráveis à liberação da substância está o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que chegou a dizer que a proibição do glifosato prejudicar safras de soja e milho.

No dia 23 de setembro, o ministro e latifundiário chegou a comemorar em sua conta no Twitter a derrubada da liminar, mas se desculpou em seguida, pois a decisão ainda não havia sido proferida, o que só veio a acontecer na última sexta-feira, 31

Na decisão, divulgada nesta segunda-feira, 3 , o desembargador Kássio Marques atendeu a um pedido da AGU para suspender a liminar”. O magistrado considerou que a suspensão dos registros dos produtos causa lesão à ordem pública, por tirar as substâncias do mercado de maneira “abrupta, sem a análise dos graves impactos que tal medida trará à economia do país e à população em geral”.

Na liminar em que havia suspendido o glifosato, a juíza Luciana Raquel Tolentino, da 7ª Vara Federal do Distrito Federal, atendeu a pedido do Ministério Público Federal (MPF), que solicitou a reavaliação toxicológica das substâncias, com base em estudos mais recentes que apontam um provável aumento em taxas de mortalidade devido ao seu uso.

* Com informações da agência Brasil.

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