Estado registra novos casos de coronavírus e passa à fase crítica de contaminações
Foto: PMPA/ Divulgação
O registro do caso 50ª, corte determinante para as projeções de cenários para a progressão do coronavírus no estado era esperado para o início da próxima semana, mas foi ultrapassado na noite desta sexta-feira, com a confirmação de 15 novos casos positivos para coronavírus. As secretarias municipal e estadual de saúde já vinham intensificando o alerta sobre a importância do isolamento social e determinaram uma série de protocolos de prontidão dos serviços de saúde no Rio Grande do Sul – na quinta-feira, 18, o governador Eduardo Leite (PSDB) decretou estado de calamidade pública no RS.
De acordo com a secretária da Saúde do RS, Arita Bergmann, o caso 50 é determinante para o avanço das contaminações, que passam a ser de forma exponencial: 500 casos em uma semana e mais de 4,3 mil em 14 dias. De acordo com o levantamento do serviço de epidemiologia, até a tarde desta sexta-feira o total era de 39 casos, com nove confirmações de quinta-feira. Quatro novos casos foram confirmados até às 16h, atingindo o total de 41. Por volta das 19h, no entanto, novos registros passaram a ser informados pela Secretaria de Saúde de Porto Alegre, que atingiu rapidamente 32 casos positivosna capital. Em menos de 30 minutos, o informe epidemiológico da Secretaria Estadual da Saúde divulgava a atualização com os dados da capital e de outros municípios, atingindo o total de 56.
Os 15 novos casos confirmados no RS na noite desta sexta-feira:
Porto Alegre, homem, 21 anos
Porto Alegre, homem, 68 anos
Porto Alegre, mulher, 68 anos
Charqueadas, mulher, 31 anos
Porto Alegre, menina, 5 anos
Porto Alegre, homem, 41
São Leopoldo, homem, 61 anos
Taquara, homem, 80 anos
Dois Irmãos, homem, 39 anos
Eldorado do Sul, mulher, 54 anos
Canoas, homem, 22 anos
Porto Alegre, homem, 34 anos
Alvorada, homem, 44 anos
Torres, homem, 41 anos
Canoas, homem, 40 anos
Prefeitura transferiu equipamentos do Hospital Parque Belém para UTIs de outros hospitais
No município, decreto assinado pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior (PSDB) na tarde de quinta-feira determinou a transferência de respiradores, camas hospitalares, desfibriladores, eletrocardiogramas, aparelhos de raios X e monitores multiparamédicos, entre outros equipamentos do Hospital Parque Belém, fechado em maio de 2017 por dívidas, para o enfrentamento ao coronavírus. A estrutura vinha sendo disputada pela prefeitura desde 2017, quando o hospital fechou devido a uma crise financeira.
Os materiais serão utilizados para leitos em hospitais da Capital. De acordo com a Federação das Santas Casas do RS, parte dos equipamentos do hospital foi comprada com verba federal, através de convênios com o Sistema Único de Saúde (SUS) e de verbas parlamentares. Mas, em maio de 2017, a instituição fechou as portas alegando dificuldades financeiras. Por conta disso, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vinha requisitando os equipamentos das dependências do Parque Belém para destiná-los ao HPS, ao Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas e ao Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul. Entre os equipamentos agora requisitados devido à pandemia de coronavírus, estimados em R$ 3,4 milhões, estão raio-X e ecografia, além de desfibrilador, eletrocardiograma e ventilador pulmonar.
Também foram requisitados autoclaves com osmose, eletroencefalogramas, focos cirúrgicos, aparelhos de CR – Sistema de Digitalização de Imagem, lavadoras extratoras de roupas hospitalares, vídeos endoscópios, secadoras de roupas hospitalar, focos cirúrgicos de teto com iluminação, cadeiras, longarinas, armários, microscópios cirúrgicos, monitores multiparâmetros, arcos cirúrgicos, ecógrafos com Doppler e outros equipamentos destinados ao combate do vírus. Os equipamentos serão retirados nesta sexta-feira, 20.
De acordo com a prefeitura, a ação está prevista na Constituição Federal: “no caso de atendimento de necessidades coletivas, urgentes e transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a autoridade competente da esfera administrativa correspondente poderá requisitar bens e serviços”.
Foto: Cristine Rochol/Arquivo PMPA/ Divulgação
O Hospital Sanatório Parque Belém foi fundado em maio de 1940 por um grupo de médicos, com o apoio da comunidade, com o objetivo de tratar doentes da tuberculose. Desde o início, foi privado-filantrópico e era administrado pela mantenedora Associação Sanatório Belém.
Marquezan destacou a necessidade de serem criadas as condições para atender as pessoas infectadas com o vírus. “Os casos estão crescendo na cidade e todas as ações necessárias para manter a saúde pública e salvar vidas estão sendo adotadas”, justifica. O secretário de Saúde, Pablo Stürmer, explica que “os aparelhos estão em boas condições de uso, enquanto a estrutura do hospital precisaria de um investimento muito alto e por isso serão levados a locais adequados para serem utilizados em pacientes que necessitem.”