Alto risco de contágio atinge 90% das regiões de saúde do RS

Foto: HCPA/ Divulgação

O Hospital de Clínicas de Porto Alegre concluiu, na quarta-feira (15), a instalação de mais 12 leitos de terapia intensiva para atendimento a casos graves de covid-19, totalizando, até agora, 93 leitos

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O agravamento da pandemia deixou em vermelho quase todo o Rio Grande do Sul. Das 20 regiões do Distanciamento Controlado, apenas duas foram classificadas com bandeira laranja (risco médio) no mapa preliminar da 11ª rodada, divulgado nesta sexta-feira, 17 pelo governo do estado. Isso significa que 90% do estado apresenta alto risco para disseminação de coronavírus e ocupação de leitos. A classificação definitiva, após julgamento de pedidos de reconsiderações pelas prefeituras, será divulgada na segunda-feira, 20. O estado tem 46.710 casos confirmados de contágio pelo novo coronavírus, 1.438 registrados nas últimas 24 horas; e 1.174 mortes. Com mais de 90% dos leitos de UTI lotados e alerta para bandeira preta, Porto Alegre pode entrar em lock down nos próximos dias caso.

Com isso, 469 dos 497 municípios do estado, divididos em 18 regiões, estarão preliminarmente classificados em bandeira vermelha, somando quase 10,3 milhões de pessoas, ou seja, 91% da população gaúcha – estimada em 11.329.605 habitantes. Deste total, 270 cidades e seus 1.735.262 habitantes (15,3% da população) podem adotar protocolos de bandeira laranja, porque cumprem os critérios da Regra 0-0, ou seja, não têm registro de óbito ou hospitalização de moradores nos últimos 14 dias, desde que a prefeitura crie um regulamento local. As demais prefeituras e associações regionais têm 36 horas, prazo que se encerra às 6h domingo, para apresentarem recurso por meio do formulário de on-line.

Capital e mais quatro municípios com alerta para bandeira preta

Nestas 11 semanas de Distanciamento Controlado, o RS segue sem registro da bandeira mais grave, de cor preta. No entanto, as equipes do governo alertam para a situação de cinco regiões que ficaram muito próximas de migrarem para o nível de risco altíssimo. Para atingir a bandeira preta, o arredondamento da média ponderada dos 11 indicadores deve alcançar, no mínimo, 2,5, enquanto a da bandeira vermelha é 1,5.

Nesta rodada, Taquara ficou média de 2,40, Porto Alegre (2,36), Capão da Canoa (2,33) e Novo Hamburgo e Canoas (2,25). Um dos principais agravantes nestas regiões é o número de novos registros de hospitalizações nos últimos sete dias por local de residência do paciente. A capital teve 334 novas hospitalizações; Novo Hamburgo, 99; e Canoas, 47.

Porto Alegre registrou aumento de pacientes de Covid-19 internados em UTI: na quinta-feira, 16, eram 258, número que há sete dias chegava a 210. Os leitos livres de UTI caíram de 166 para 135, e os casos de graves (UTI) para Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) passaram de 264 para 312.

“Ou diminuímos a circulação de pessoas ou nos encaminhamos para o lockdown”

Foto: Captura de Tela/PMPA

Pablo Stürmer e Marchezan em live sobre a pandemia em Porto Alegre

Foto: Captura de Tela/PMPA

O prefeito Nelson Marchezan Jr. (PSDB) alertou para a iminência de um colapso nos serviços de saúde. Em uma live com o secretário municipal de Saúde, Pablo Stürmer, na página da prefeitura no Facebook, na noite desta sexta-feira, Marchezan fez um apelo aos porto-alegrenses para que respeitem o isolamento social e evitem a última ferramenta possível: o fechamento total da cidade.

Marchezan explicou que a Capital conta com uma boa estrutura hospitalar e reconheceu o esforço das instituições de saúde na ampliação de mais de 200 leitos de UTI nos últimos meses. “Até hoje ninguém ficou sem atendimento adequado, mas os hospitais estão no seu limite de recursos humanos”, alertou, lembrando que no início de junho a rede de saúde registrou uma grande demanda por atendimento de pacientes contaminados e não está mais conseguindo segurar a contaminação. “As medidas restritivas não foram capazes de diminuir a circulação de pessoas. Entendemos que as pessoas estão cansadas psicologicamente e os negócios com suas capacidades no limite, mas cada medida adotada leva 15 dias para ter reflexo”.

No início da tarde, dos 748 leitos de UTI em operação na capital 649 (90,14%) estavam ocupados e 259 (34,63%) deles eram por pacientes em tratamento de Covid-19. O número de óbitos em Porto Alegre chegou a 200.

A região de Canoas tinha apenas 22 leitos de UTI livres na quinta-feira, três a menos que na semana anterior. O município registrou aumento de pacientes de Covid-19 internados em UTI: de 36 para 40. SRAG em UTI passou 47 para 58. Apresentou pequeno recuo nas internações (leitos clínicos) confirmadas por Covid-19: de 69 há sete dias, para 47 agora.

Na região de Santa Maria, em uma semana houve um aumento de pacientes de Covid em UTI (de 10 para 18), de SRAG em UTI (de 13 para 23) uma queda de 49 para 36 no número de leitos de UTI livre.