Vacinação no RS começa com 341 mil doses da CoronaVac

Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

No aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, Leite disse que, em 24 horas, as doses da vacina estarão em todas as regiões do estado

Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Com a autorização do Ministério da Saúde (MS), o governo do estado pretende antecipar o início da vacinação contra a covid-19 no Rio Grande do Sul para esta segunda-feira, 18. Nesta manhã, o governador Eduardo Leite (PSDB), aliado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) foi ao Centro de Distribuição Logística do MS, em Guarulhos, São Paulo, para receber de forma simbólica as primeiras 341,8 mil doses destinadas ao estado.

“Vamos receber as doses na tarde desta segunda e iniciar ainda hoje o processo de imunização. Temos uma rede de saúde bem distribuída e toda a rede logística já preparada. Transporte, rede de frio, seringas agulhadas, ou seja, tudo pronto para iniciar esse grande processo de vacinação assim que as doses chegarem à capital gaúcha”, avaliou.

Em 24 horas, segundo ele, as doses estarão em todas as regiões do estado, “para que elas também possam iniciar a aplicação, respeitando as faixas definidas no Plano Nacional de Imunizações (PNI)”, anunciou Leite durante o ato – ainda no clima de euforia e disputa política que envolveu a liberação do uso emergencial de duas vacinas pela gerência técnica da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), no domingo.

A Agência acatou por unanimidade os pedidos do Instituto Butantan, referentes a 6 milhões de doses da CoronaVac produzidas pela farmacêutica chinesa Sinovac, e da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Fiocruz, de 2 milhões de doses da vacina de Oxford importadas do laboratório Serum, da Índia. O Butantan e a Fiocruz também produzem os dois imunizantes no Brasil.

Servidores da saúde, idosos e indígenas

Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

avião com as doses destinadas ao RS chega ao Estado na tarde desta segunda

Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

Da parte que cabe aos gaúchos do rateio das 6 milhões de doses da CoronaVac liberadas pela agência para a aplicação da primeira fase da vacinação, 311.680 foram embarcadas em um avião da Força Aérea Brasileira para serem transportadas ao estado.

A vacina do Instituto Butantan feita em parceria com o laboratório Sinovac, será destinada aos grupos prioritários: profissionais da saúde da linha de frente e idosos que vivem em instituições de longa permanência. Outras 30.120 foram reservadas às populações indígenas do RS. De acordo com o IBGE, o estado tem uma população estimada em 2020 de 11,4 milhões de habitantes. A fase inicial deverá imunizar aproximadamente 3% dos gaúchos (ou 1,5%, considerando que são duas doses por habitante).

Outro ato simbólico será realizado em Porto Alegre para assinalar o início da vacinação. As primeiras doses serão aplicadas em profissionais da Saúde envolvidos na batalha contra a pandemia nos hospitais públicos da capital gaúcha. Será no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), às 21h30min, com transmissão ao vivo pelas redes sociais do governo do estado.

“Será um ato simbólico, uma forma de reconhecimento a todas as pessoas que estão há meses se arriscando para salvar vidas. Mas o importante é que já começaremos a vacinação com um grande volume, são mais de 340 mil doses no RS, o que garantirá a imunização de uma grande parte da rede hospitalar, das pessoas que estão mais expostas ao vírus, e em curto espaço de tempo”, comemorou Leite em uma coletiva junto aos palets que seriam embarcados em uma aeronave em um hangar de Guarulhos.

A expectativa do tucano, a partir de informações repassadas pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a todos os governadores que participaram do início do processo de distribuição da CoronaVac, é que novas doses cheguem aos país nos próximos dias, além de contar com a autorização da Anvisa para que a vacina envasada no Brasil seja incorporada ao Plano Nacional de Vacinação (PNI).

“A vacina é a solução para permitir que as pessoas estejam mais tranquilas para conviverem, se encontrarem e poderem circular, também para retomarmos a economia e, evidentemente, preservarmos vidas. Agradecemos ao Ministério da Saúde, que faz a aquisição das doses e que garante, dentro do PNI, que é a cultura do Brasil, a imunização de todos os brasileiros em todos os Estados”, acrescentou otimista.

Arte: GDO/Divulgação

Arte: GDO/Divulgação

Pela segunda semana consecutiva, a classificação preliminar, divulgada na sexta-feira, 15, mostra que a quase totalidade da população gaúcha está exposta ao alto risco de contágio.

Das 21 regiões covid, apenas uma, Caxias do Sul, recebeu bandeira laranja, representando risco epidemiológico médio. As demais ficaram em bandeira vermelha, com alto risco.

De acordo com a última atualização de dados pelo Palácio Piratini, o RS tinha no domingo quase 507 mil casos confirmados, sendo que 1,8 mil pessoas se infectaram por covid-19 em apenas 24 horas. Das 9.919 mortes causadas pelo novo coronavírus até agora, foram 44 registradas de sábado para domingo. A taxa de mortalidade pela infecção atingiu 87,2 pessoas por grupo de 100 mil habitantes.