SAÚDE

RS entra em nível máximo do plano emergencial e hospitais utilizarão todos os espaços para pacientes de covid-19

Além da suspensão imediata das cirurgias eletivas (com exceção das cirurgias de urgência ou que representem risco), deverão ser instalados leitos emergenciais em salas de recuperação e UTIs intermediárias
Por César Fraga / Publicado em 25 de fevereiro de 2021
Chegada de pacientes nos novos leitos sus no Hospital Beneficência Portuguesa

Foto: Giulian Serafim / PMPA / Divulgação

Chegada de pacientes nos novos leitos do SUS no Hospital Beneficência

Foto: Giulian Serafim / PMPA / Divulgação

De acordo com o site da Secretaria de Saúde do RS (SES), foi acionado o último nível da fase 4 do Plano de Contingência Hospitalar, montado no início da pandemia. A medida foi considerada necessária diante da ocupação superior a 90% dos leitos de UTI no RS e de números negativos que aumentam diariamente.  De acordo com o o diretor do Departamento de Regulação Estadual, Eduardo Elsade, “trata-se da maior taxa de ocupação até agora, uma situação de extrema gravidade, e será necessária a utilização de espaços disponíveis em cada instituição da rede hospitalar do Estado”.

Além da suspensão imediata das cirurgias eletivas (com exceção das cirurgias de urgência ou que representem risco para o paciente), deverão ser instalados leitos emergenciais em salas de recuperação e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) intermediárias. Junto à ocupação dessas áreas a serem disponibilizadas, deverão também ser acionadas as equipes técnicas desses setores, especialmente as equipes médicas e de enfermagem.

Cresce lista de espera por leito de UTI

A secretária da Saúde Arita Bergmann avisa: “a partir de agora, os hospitais gaúchos, entre públicos e privados, têm o compromisso de disponibilizar toda a sua estrutura para atendimento de casos de Covid-19, porque estamos na fase mais crítica, que precisa de atitudes mais drásticas.

Conforme indicava o mapa de leitos no início da tarde desta quinta-feira, 25 de fevereiro, 2.698 leitos de UTI estavam ocupados no RS, incluindo leitos com atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os privados, a maior taxa de ocupação da pandemia. A lista de espera por leitos em UTI também só cresce. No dia 13 de fevereiro, dois pacientes em estado gravíssimo aguardavam transferência para um leito de UTI. Nesta quinta, o número de pacientes com risco de morte esperando atendimento de UTI é de 30. Outro dado preocupante é cerca de 60% dos pacientes que internam em UTIs morrem.

12 mil mortos

“Mais de 12 mil gaúchos já perderam a vida para a covid-19, número maior do que a população de 351 municípios gaúchos. Diante desse cenário catastrófico, a necessidade seria abrir 60 novos leitos de UTI por dia, mas isso jamais será possível”, afirma Arita.

O Plano de Contingência Hospitalar foi elaborado no início da pandemia e já teve novas versões que acompanharam o avanço da doença. O plano é estruturado em quatro fases e cada uma das etapas sinaliza as ações e a forma como a SES deve organizar os serviços hospitalares e a movimentação da rede para acesso dos pacientes aos serviços.

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