SAÚDE

Uso da membrana amniótica na recuperação de queimados pelo SUS foi tema de encontro

O principal tema do encontro foi a necessidade de regulamentação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do uso da membrana amniótica como curativo para tratar pacientes queimados
Por Stela Pastore / Publicado em 15 de abril de 2024
Uso da membrana amniótica na recuperação de queimados pelo SUS foi tema de encontro

Foto: Stela Pastore/Ecarta

Glaci Borges, coordenadora do projeto Cultura Doadora, Marcos Fuhr, presidente da fundação Ecarta e Fernando Pigatto, presidente do Conselho Nacional de Saúde

Foto: Stela Pastore/Ecarta

O presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, esteve reunido com a direção da Fundação Ecarta nesta sexta-feira, 12 de abril, tratando de assuntos ligados à doação e transplante de órgãos a convite da entidade que mantém o projeto Cultura Doadora.

O principal tema do encontro foi a necessidade de regulamentação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) do uso da membrana amniótica como curativo para tratar pacientes queimados.

A autorização para o procedimento, que apressa a recuperação de pacientes entre outros benefícios, está em análise na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) desde 2021.

O Brasil tem apenas quatro bancos de tecidos, que atendem apenas 10% da demanda nacional por curativos cutâneos. Este tipo de curativo já é usado por todos os países da América e boa parte do mundo.

“É muito importante para o SUS contar com este recurso farto que traz inúmeros benefícios no tratamento de queimados e feridas graves. Também diminui o tempo de internação e tem baixo custo, pelas informações que estamos recendo nesse encontro”, destaca Pigatto.

Durante o encontro, o presidente da Fundação, Marcos Fuhr, entregou o livro-reportagem Corrida contra o tempo – O que compromete a doação de órgãos e a eficiência do sistema de transplantes no Brasil, lançado no final de 2023.

Mais de 100 mil queimados em tratamento por ano

Usado há décadas em muitos países, este curativo biológico comprovadamente promove a cicatrização de feridas, acelera a recuperação por meio da inibição da inflamação, tem funções de regulação imunológica, anti-inflamatória e de regeneração de vasos. Por apresentar essas propriedades, a membrana tem múltiplos usos em diversas áreas da medicina.

O Brasil registra cerca de um milhão de  casos de queimaduras por ano. Destes, aproximadamente 100 mil precisam de atendimento médico conforme o próprio Ministério da Saúde, sendo que o Sistema Público de Saúde é responsável pelo tratamento de 95% dos pacientes queimados no país.

Ofício à Conitec

“O uso deste curativo biológico dará um efetivo salto de qualidade e amplitude dos benefícios que advirão desta abundante matéria prima no tratamento de milhares de brasileiras e brasileiros que, anualmente, são vítimas de queimaduras de grande extensão. A aprovação do uso da membrana amniótica significará uma mudança de paradigma no tratamento de queimados do Brasil”, ressaltou Marcos Fuhr.

Nesta semana a Fundação enviou ofício a Diretora do Departamento de Gestão e Incorporação de Tecnologias em Saúde da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Complexo da Saúde (DGITS) do Ministério da Saúde, Luciene Bonan, solicitando informações sobre em que etapa se encontra a análise por parte do colegiado responsável pela incorporação de tecnologias no SUS.

Participou do encontro desta manhã o assessor parlamentar para assuntos de saúde, Ricardo Haesbaert, integrante do gabinete do deputado estadual Valdeci Oliveira.

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