Plano de saúde mental para população afetada pelas cheias é elaborado pelo Ministério da Saúde
Foto: Gabriel Galli/MS
Foto: Gabriel Galli/MS
Ministério da Saúde informou que um plano para atendimento de saúde mental no Rio Grande do Sul está em fase de elaboração. A população do estado sofre com o desastre climático que inundou cidades inteiras devido às chuvas das últimas semanas.
O documento, que vai balizar toda a assistência, será divulgado nos próximos dias e terá três eixos: um totalmente focado na população; outro cuidará da saúde mental dos trabalhadores que estão atuando na tragédia; e o terceiro com diretrizes para os gestores do estado e dos municípios, para que possam estabelecer uma rede de atendimento continuada.
No último sábado sábado, 11, chegaram a Porto Alegre mais quatro psicólogos que vão atuar nos atendimentos da população gaúcha. Os profissionais chegaram a Canoas (RS) em um voo da Força Aérea Brasileira (FAB). Desde o início da tragédia, o Ministério da Saúde tem disponibilizado atendimento psicossocial no Rio Grande do Sul. O trabalho é feito por equipes volantes em unidades médicas e abrigos.
O coordenador da Força Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), Fausto Soriano Estrela Neto, adianta que o plano trará balizas como a comunicação adequada sobre o evento; o atendimento indicado para crianças, idosos e pessoas em vulnerabilidade social; e comunicação de massa.
Além disso, o plano vai estruturar os canais de informação para as pessoas pedirem ajuda. Um dos pontos definidos é o uso da telessaúde.
“Temos um colapso na estrutura de saúde do Rio Grande do Sul, que foi destruída pela enchente. Estamos concluindo a análise de onde temos comunicação e como podemos usá-la. Uma das camadas é telegestão, teleatendimento, teleconsulta e tele-educação para chegar a um público maior”, explica Fausto.
O coordenador da Força Nacional do SUS ressalta que o atendimento de saúde mental é uma prioridade do governo federal. “Vamos garantir as especificidades do atendimento psicossocial durante a crise causada pelas chuvas”, frisa.
Veja, em pontos, o que já foi feito:
- Diagnóstico das regionais de saúde mais afetadas em saúde mental em seis pontos do estado;
- Definição da estratégia de saúde mental e atenção psicossocial de forma conjunta com a Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul;
- Envio de duplas com membros da Força Nacional do SUS e representantes da secretaria estadual para as sedes regionais de atendimento;
- Estabelecimento de linha única de comando entre as ações da saúde mental, atenção primária à saúde e desenvolvimento social (especialmente nos abrigos);
- Qualificação das equipes locais para acolhimento, estabilização emocional, auxílio na tomada de decisões para gestores e trabalhadores de todo o estado;
- Divulgação de materiais informativos e formativos sobre saúde mental na primeira fase de resposta;
- Cinco psicólogas especializadas em desastres para apoio a articulação de um comando único entre todas as ações no estado.