SAÚDE

Especialistas lançam livro sobre a história da infectologia gaúcha

A obra trata desde o combate à lepra no século XX aos recentes desafios da covid-19 e das consequências das ações humanas no meio ambiente
Por Bárbara Neves / Publicado em 15 de julho de 2024
Livro dedica dois capítulos para a pandemia da Covid-19

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Dois capítulos foram dedicados à maior crise sanitária dos últimos cem anos

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O livro Infectologia no Rio Grande do Sul: a história através dos tempos, organizado pelo historiador Eder da Silveira, será lançado na próxima terça-feira, 23 de julho, às 19h, no anfiteatro da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA).

A obra, edita pela Sociedade Gaúcha de Infectologia (SGI), reúne em suas 300 páginas o olhar de especialistas de diversas áreas, incluindo historiadores, antropólogos, filósofos e médicos, que constroem um mosaico detalhado sobre a trajetória da infectologia gaúcha.

Mais do que um registro histórico, o livro é um convite à reflexão sobre o presente e o futuro da saúde pública, destacando temas como as doenças que marcaram a história – hanseníase, a varíola, a tuberculose, as meningites, a sífilis, a gripe (tanto gripe espanhola como H1N1) e a epidemia do HIV/AIDS–, as contextualizando em seus momentos históricos e sociais.

Dois capítulos foram dedicados à maior crise sanitária dos últimos cem anos e que elevou a infectologia a um patamar de visibilidade sem precedentes, a covid-19.

Foto: Divulgação

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A obra também traz importantes reflexões sobre as consequências das ações humanas no meio ambiente, e o protagonismo da SGI durante a grande enchente ocorrida no estado em maio de 2024, com consequente aumento do risco de doenças como leptospirose e tétano.

“É interessante voltar ao tempo e ver, por exemplo, o papel central da Santa Casa na história da infectologia gaúcha, um hospital de muita tradição, onde muitos médicos se formaram, e a partir de onde se começou a criar novos serviços”, destaca o chefe do Serviço de Infectologia da Santa Casa de Porto Alegre, Alessandro Pasqualotto, também professor da UFCSPA e atual presidente da SGI, responsável pela idealização do projeto.

Pensado ainda durante a pandemia de covid-19, em 2022, o livro deixa para as próximas gerações um lugar seguro de pesquisa. E traz para a discussão questões recorrentes no campo das doenças infecciosas, como os movimentos antivacina e, mais recentemente, a circulação de fake news e as questões climáticas.

“Com a pandemia, a infectologia ganhou uma visibilidade gigantesca, talvez ímpar na sua história. Somente no Rio Grande do Sul, temos uma trajetória de mais de dois séculos, que também precisava ser valorizada. Agora reunimos isso em uma obra que, através de recortes da história, registra como as doenças infecciosas impactaram diversos momentos da sociedade”, ressalta o historiador Eder da Silveira, organizador do livro.

A obra conta com o prefácio assinado pelo infectologista André Kalil (pesquisador da Universidade de Nebraska) e a colaboração de um total de 20 autores. São eles: Alexandre Vargas Schwarzbold, Ana Paula Korndörfer, Angela Beatriz Pomatti, Cristiano Enrique de Brum, Daiane Silveira Rossi, Daniel Oliveira, Éder da Silveira, Éverton Reis Quevedo, Fabrizio Motta, Gláucia G. Lixinski de Lima Kulzer, Guilherme Silveira Procianoy, Jaqueline Hassan Brizola, Jean Segata, Juliara Borges Segata, Lessandra Michelin Rodriguez Lins, Moysés Pinto Neto, Nêmora Tregnago Barcellos, Paulo Renato Petersen Behar, Rodrigo Schrage Lins, Valério Rodrigues Aquino.

 

Bárbara Neves é estagiária de jornalismo. Matéria elaborada com informações da Assessoria de Comunicação da Santa Casa de Porto Alegre e supervisão da editora do jornal Extra Classe Valéria Ochôa.

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