Apoio terapêutico às famílias de pré-transplantados e doadoras inicia dia 28
Fotos: Igor Sperotto/Stela Pastore
Fotos: Igor Sperotto/Stela Pastore
Pré-transplantados e famílias doadoras
Serão dois grupos terapêuticos distintos. Um direcionado a familiares que vivenciam a angústia e a incerteza de acompanhar um ente querido na espera por um transplante. O objetivo é fornecer suporte emocional, informações fundamentadas sobre o processo de transplante, e ajudar a desenvolver estratégias para lidar com o estresse e a ansiedade.
O outro grupo é voltado para os familiares que vivenciam o luto pela perda do seu ente querido, considerando o contexto da morte encefálica e doação de órgãos. A proposta é criar um espaço de acolhimento onde os familiares possam compartilhar suas experiências, receber suporte emocional e encontrar recursos possíveis de enfrentamento.
“Esses grupos serão coordenados por alunos do curso de Psicologia da Factum, sob a supervisão de psicólogos experientes, proporcionando aos participantes um acompanhamento cuidadoso, ético e profissional”, registra a coordenadora do curso, Lisneia Fabiani Bock.
Essa iniciativa faz parte Cultura Doadora que, há 12 anos, promove ações de conscientização sobre a importância da doação de órgãos e tecidos. Coordenado pela jornalista Glaci Borges, o projeto articula um conjunto multidisciplinar de profissionais que atua para difundir informações e aprimorar toda a rede envolvida na causa. “Esta é mais uma ação para fortalecer todo o sistema necessário para que o procedimento da doação e transplante esteja cada vez mais apoiado”, conclui.
Funcionamento
Este espaço tem por objetivo a troca de experiências; a expressão de sentimentos esperados, tais como ansiedade, medo e esperança; e o acolhimento das percepções e expectativas relacionadas ao processo de transplante. Desta forma, a participação em um grupo terapêutico pode ajudar a esclarecer fantasias, reduzir sintomas de ansiedade e promover uma melhor adaptação ao longo do período de espera.
Para famílias doadoras de órgãos e tecidos
A autorização da doação de órgãos de um familiar coincide com uma experiência dolorosa de luto, necessitando de uma abordagem psicológica cuidadosa e respeitosa. A participação em um grupo terapêutico pode proporcionar alívio do sofrimento e sensação de pertencimento, ao estabelecer um ambiente seguro de compartilhamento de experiências e sentimentos entre os familiares.
O primeiro encontro será realizado no dia 28 de setembro, das 11h15 às 12h15.
Inscrições por e-mail: psicologia@factum.edu.br até dia 24/09/2024
Número limite: até 12 por grupo
Requisito para participar: maiores de 18 anos
www.culturadoadora.org.br
Projeto Cultura Doadora realiza ações nesta semana
Além do início das atividades quinzenais dos grupos de apoio aos pré-transplantados e as famílias doadoras, a Fundação Ecarta, através do projeto Cultura Doadora, terá mais duas ações nesta semana para marcar a última semana do Setembro Verde.
Na terça-feira, 24 de setembro, 19h, ocorre um painel virtual com o cirurgião plástico da Sociedade Brasileira de Queimaduras (SBQ), José Adorno e o sobrevivente do incêndio de Santa Maria, Delvani Rosso, tratando da complexidade dos cuidados no tratamento de queimados e a importância de contar com curativos de membrana amniótica para a recuperação com mais eficácia, rapidez e menos dor.
No domingo, 29 de setembro, uma equipe de colaboradores do Cultura Doadora estará no Brique da Redenção a partir das 9h30, para informar sobre o movimento nacional para aprovar o uso da membrana amniótica como curativo em queimados no SUS, procedimento em análise na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec/MS), desde 2021, quando foi aprovado pelo Conselho Federal de Medicina.
Membrana amniótica salva vidas
Neste ano, a prioridade do Cultura Doadora é a mobilização pela regulamentação do uso de membrana amniótica no tratamento de queimaduras, considerado o melhor curativo cutâneo para redução da dor e rápida cicatrização.
Por iniciativa da Fundação Ecarta, foi criada em julho uma frente nacional formada por unidades de queimados, Bancos de Tecidos de todo o país, e diferentes organizações para apressar o processo no Ministério da Saúde. O movimento solicitou audiência com a ministra da Saúde, Nísia Trindade, além de iniciativas junto ao Conselho Nacional de Saúde e outras ações.
“Estranhamente somos um dos poucos países em que não está regulamentado o uso deste material, com exorbitantes comprovações de eficácia, farta disponibilidade e baixo custo enquanto são usados curativos sintéticos caros produzidos pela indústria farmacêutica. Seguiremos mobilizando a sociedade nesta causa que propiciará recuperação mais rápida e é decisivo para salvar muitas vidas”, completa o presidente da Fundação Ecarta, Marcos Fuhr.
Sistema ocioso
Mais de 65 mil pessoas aguardam por um transplante no país, cerca de 2.500 são gaúchas. O RS mantém um sistema qualificado que transplanta todos os órgãos, mas poderia transplantar em maior escala se contasse com aumento de captação de órgãos.
Esta é uma das constatações reveladas no livro-reportagem Corrida contra o tempo – O que compromete a doação de órgãos e a eficiência do sistema de transplantes no Brasil (Carta Editora, 248 páginas), lançado pelo Cultura Doadora no final de 2023 para contribuir na melhoria dos procedimentos na área. A publicação à venda no site da editora, na Ecarta, está disponível também nas bibliotecas de hospitais e faculdades da área da saúde no Estado.
O Cultura Doadora foi criado há 12 anos pela Fundação Ecarta para fomentar uma ação proativa na doação de órgãos e mobilizar para aprimorar o sistema público de transplantes. Na última semana a Organização de Procura de Órgãos 5 completou 15 anos e prestou homenagem ao projeto. O trabalho também pode ser acompanhado pelas redes sociais Instagram e Facebook no @culturadoadora.
SERVIÇO
O QUÊ: Ações do projeto Cultura Doadora no Setembro Verde
24/9 – 19h – Painel online sobre uso de membrana amniótica em queimaduras – https://www.youtube.com/live/zgPsAmlv-bc
28/9 – 10h – Início do atendimento a familiares de pré-transplantados e famílias doadoras – Presencial na Fundação Ecarta – Avenida João Pessoa, 943)
29/9 – Brique da Redenção – Mobilização pela aprovação do uso da membrana amniótica como curativo em queimados